segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Badu: O homem de sete vidas


Badu batucou, fez zoada nas calçadas da Maravilha. Muitos riem de suas cachaçadas, de suas dancinhas e até de suas risadas. Escultor, artesão, músico, crítico (sim, tente falar de arte e cultura para ele, para voçê vê), capoeirista, poeta, historiador popular (conhece histórias de Quixeramobim, como ninguém)... Esse é o Badu que se esconde em trapos, cabelos assanhados, pele ferida, pés descalços, algumas doses de cachaça e uma dor de chifre. Louco. Doente. Mendigo. Drogado. Bêbado. É assim que é visto. Maldita cachaça! Sempre ela. Maldito chifre! Culpa dele. Enquanto muitos falam pejorativamente da Maravilha, Badu a eleva, a vê como a “terra prometida”, a suaterra prometida. 
Inacreditavelmente,Todo inverno o Badu morre”. Quem mora no Quixeramobim ou conhece a história do município deve saber que todo inverno o Badu morre. Já foi dado por morto umas 4 vezes e ainda está por aí a botar boneco. Reza a lenda, que tal imortalidade se deve ao nível de álcool em suas veias e a seus guardiões, os cachorros, que permanecem do seu lado para protegê-lo. Segundo a boca do povo, Badu fora arrastado, na correnteza das águas do Rio Quixeramobim, por várias vezes.
A mais cruel delas é a que ele foi engolido por uma das 15 bocas do sangradouro da barragem, seguindo rio a baixo, indo parar na Ponte da Maravilha. Frequentador de inumeros lugares, Badu está “em todo canto”. As autoridades de Quixeramobim se previnem durante o inverno, os olhares estão em cima do homem de sete vidas. 
O homem não mortal, o simples Badu. Seria coisa de louco pular em meio a correntesa forte das águas do fogareiro, tal prova seria interná-lo, ir para algum canto... Um sanatório para o Badu! Eis a solução? Lembro da felicidade em que me encontrei quando soube que Badu resistiu a força das águas. Quixeramobim, sem Badu, talves perdesse um pouco de sua identidade cultural, ele, personagem  de rica história  de muitos percalções  mas de valor imaterial.
Aluno Pesquisador: Elistênio Alves.
Fonte:com adaptações (Antonio Carlos Badu, Banquete Geral/João Paulo Brabosa)
Ilustração: Alan Nilton Ferreira Castro -3ºE

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