Em
meio à grande seca que devastava os sertões de Quixeramobim, nos
anos de 1845 e 1846, conta-se que o vigário interino daquela época
escreveu uma carta ao presidente da provincia informando que não
sabia o número de mortos que a seca havia acometido na região, pois
muitos dos que moravam em lugares distantes da vila não vinham
enterrar os corpos na Matriz. No lugar em que os mesmos morriam, eram
enterrados. Conta-se ainda que, nesta seca, morreram mais de 500
pessoas, em sua maioria, crianças. Era costume, naquela época, dar
sepultura ao mortos no "no Sagrado" e só exitiam, naquele
tempo, a Igreja Matriz de Santo Antônio, capelas e algumas casas de
orações.
A
Matriz de Santo Antonio serviu por mais de 100 anos como cemitério
aos paroquianos. Em suas paredes grossas de pedra e sal existiam
diversas catatumbas. No piso também havia inúmeras sepulturas. No
decorrer dos anos, o povo dizia que a Matriz era mal-assombrada, pois
muitos afirmavam terem visto almas penadas, de pessoas enterradas no
local.
Na
mesma época, os moradores da cidade queriam construir suas casas
próximas à Matriz, no entanto a Câmara municial não permitiu,
decretando que ali deveria ser contruída um praça, pois, com o sol
forte e os grandes ventos, os moradores iriam sentir o mal cheiro dos
cadáveres. Na mesma ocasião, a Igreja do Rosário e a Igreja do
Bonfim também enterravam pessoas na suas depedência, geralmente os
mais pobres, já que não existia cemitério em Quixeramobim.
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