sexta-feira, 23 de novembro de 2012

AS ALMAS DA IGREJA MATRIZ

Em meio à grande seca que devastava os sertões de Quixeramobim, nos anos de 1845 e 1846, conta-se que o vigário interino daquela época escreveu uma carta ao presidente da provincia informando que não sabia o número de mortos que a seca havia acometido na região, pois muitos dos que moravam em lugares distantes da vila não vinham enterrar os corpos na Matriz. No lugar em que os mesmos morriam, eram enterrados. Conta-se ainda que, nesta seca, morreram mais de 500 pessoas, em sua maioria, crianças. Era costume, naquela época, dar sepultura ao mortos no "no Sagrado" e só exitiam, naquele tempo, a Igreja Matriz de Santo Antônio, capelas e algumas casas de orações.
A Matriz de Santo Antonio serviu por mais de 100 anos como cemitério aos paroquianos. Em suas paredes grossas de pedra e sal existiam diversas catatumbas. No piso também havia inúmeras sepulturas. No decorrer dos anos, o povo dizia que a Matriz era mal-assombrada, pois muitos afirmavam terem visto almas penadas, de pessoas enterradas no local.
Na mesma época, os moradores da cidade queriam construir suas casas próximas à Matriz, no entanto a Câmara municial não permitiu, decretando que ali deveria ser contruída um praça, pois, com o sol forte e os grandes ventos, os moradores iriam sentir o mal cheiro dos cadáveres. Na mesma ocasião, a Igreja do Rosário e a Igreja do Bonfim também enterravam pessoas na suas depedência, geralmente os mais pobres, já que não existia cemitério em Quixeramobim.


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